sábado, 23 de outubro de 2010

O poder da oração - Paulo Junior (Defesa do Evangelho)


"Perseverai em oração, velando nela com ação de graças..."
(Colossenses 4.2)

A oração, sem dúvida, é a maior forma de alcançarmos o reino de Deus com todas as suas virtudes.
A oração é o poder de se comunicar com Deus; é a maneira de interagir, dialogar, inferir com ele. Você entendeu? Estou dizendo que com essa graça chamada “oração” eu tenho a capacidade de entrar na presença e me comunicar com o ser totalmente soberano, glorioso e eterno; o único perfeito, revestido de santidade e magnificência: Deus. Através da oração o imperfeito se encontra com o perfeito. Você consegue compreender a profundidade disso? Isso é simplesmente maravilhoso!
A oração é muito mais que um momento de lançarmos a Deus nossas necessidades. A oração não pode ser limitada a pedir, pedir e pedir... a oraçao é um momento íntimo de devoçào pessoal, comunhão e adoração a Deus: você fala, mas também ouve! É um momento ímpar, que transcende nosso entendimento!
Quantas riquezas e tesouros insondáveis são revelados na presença Dele?! Óh, o quanto devemos amar esse momento secreto – a sós com Deus – e derramar-mo-nos ante o Seu trono, com sinceridade, humildade e submissão. Um homem que conhecia bem o valor da oração era David Brainerd, vejamos  uma declaração retirada do seu diário:
“Hoje pude dedicar-me continuamente a oração, durante o dia; mediante a bondade divina, percebi a necessidade de perseverar em minhas súplicas. Tenho recebido entendimento das coisas divinas, que tem me proporcionado coragem e resolução, tenho descoberto, de modo geral, que quanto mais me dedico a oração secreta, mais me deleito nela, e mais tenho apreciado o espírito de oração. Ocupar o nosso tempo com Deus, e em favor Dele, é o caminho para quem quiser levantar-se e deitar-se em paz.”
Que linhas fantásticas desse grandioso missionário! É assim que devem ser nossas orações: anelantes por coisas espirituais, revelações da majestade de Deus, coisas grandes e ocultas (Jr. 33.3).
No momento da oração ocorrem tantas coisas que você não tem idéia: há uma movimentação no mundo espiritual e no mundo natural, você está em contato com a natureza divina (2Pe. 1.4), sua mente é renovada, seu caráter é regenerado, o novo homem em Cristo está sendo formado. A medida que você ora, você é conformado à imagem de Cristo, você creces à Sua estatura!
Ainda, nos é conferido poder sobrenatural, o Espírito Santo nos enche, há manifestação do frutos do Espírito, sabedioria divina nos é acresentada, e graça – abundante graça – é manifestada em todos os seus nuances.
Quanta coisa a oração pode fazer, se estamos fracos, através dela somos fortalecidos; se sentimos culpa pela imoralidade e sujeira, a oração nos limpa e santifica; sentimos a  doçura da santidade de Cristo em nós, nossa fé é fortalecida, nossa confiança em Deus é confirmada, todos os males são aniquilados pelo poder da oração: adeus desânio, tristeza, angústia, fraqueza, ódio, ira, ressentimento, tudo isso é varrido pela oração.
Termino dizendo algo: se tem uma coisa que o inferno combate e resiste com toda a sua força é a oraçao de um cristão, é a oraçao da igreja! Não existe nada que ele tema tanto, e conceda mais eficácia à um cristão do que sua vida de oração. Você deve ter notado nesses últimos anos quanto tem sido difícil orar, não é mesmo? E eu posso te dizer que com o passar do tempo vai se tornar ainda pior: haverá cansaço, falta de tempo, preguiça, ansiedade, falta de concentração e todo o inferno inpedindo suas orações, prepare-se!
Apesar de tudo isso, você não deve desistir, como diz o versículo (Cl. 4.2): “Persevere”, (essa palavra no grego é proskareteo) que quer dizer: “ocupar-se ativamente de algo”,  então ele está dizendo com isso “ocupar-se ativamente com a oração”.
Insista, combata, trave uma luta colossal, com a sua carne, com o pecado e contra as forças do inferno, até que você construa uma vida de oração poderosa. Então você verá que cristão você se tornará.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Você Tambem terá os Seus Adufes


por John Piper

Em minha pregação, enfatizo a doutrina. Uma das razões para eu fazer isso é que o apóstolo Paulo também a enfatizava.

Era uma estratégia missionária dele. Quando terminou seu trabalho de implantar a igreja em Éfeso, ele disse: “Eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus” (At 20.26-27). Por isso, aos domingos eu prego doutrina.

Hoje é segunda. O sol está brilhando. O céu está azul como o oceano. A temperatura está na casa dos 20ºC. O vento sopra suave. O ar está limpo e claro como o cristal. A tulipas estão crescendo. Em tempos como este, você quer pular de alegria e não estudar doutrina.

Eu também não.

Não estou interessado em uma religião que ofereça qualquer coisa que não seja a plenitude de alegria e delícias perpetuamente (Sl 16.11). Não estou me referindo somente a deleites profundos que surgem nos momentos em que o coração descobre a fidelidade de Deus em uma tragédia. Existem muitas enfermidades cruéis e morte no mundo, para que eu não me refira a elas — até que a maldição seja removida — mas agora não estou falando a respeito dessas coisas.

Também estou me referindo àquilo que os bezerros fazem: “Saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria” (Ml 4.2). Eu gosto muito do sol de abril, do calor em minha pele e da brisa em meu rosto. Aprecio os gritos de alegria de meus pequeninos, quando eles voltam da escola, testando seus pulmões. Gosto muito da afeição desinibida e inconstante dos pré-adolescentes. Amo a exuberância de alguns jovens de minha igreja, demonstrada em dramatizações, por amor a Jesus.

Exuberância!

Esta é uma palavra rara, não é? Penso que aos onze anos já temos perdido tal característica. Tentamos reencontrá-la de muitas maneiras artificiais, mas ela acabou. Crescemos e agora sabemos demais.

Ou será que sabemos pouco? Será que crescemos apenas parcialmente? Saímos da ingênua exuberância da infância para o realismo sombrio da maturidade.

Voltando à doutrina: todo o Conselho de Deus. O que é todo o Conselho de Deus?

É o novo fundamento da exuberância, quando a ingenuidade da infância não é mais oportuna; é um fundamento diferente. O velho fundamento não pode lidar com a realidade, o novo, porém, vê todas as coisas — câncer, armas nucleares, crises ambientais, terrorismo, aborto, cidades arrasadas, casamentos desfeitos, crianças abandonadas, depressão — vê e sente todas elas. Contudo, este fundamento não se destrói, nem desaparece — quer no hospital, quer na cadeia.

Este é todo o conselho de Deus. Se você pretende pular de alegria em um dia da primavera, lembre-se: ou o fará com os olhos fechados, ou o fará no grande planalto de granito de todo o conselho de Deus, também conhecido como doutrina.

“Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos naquele dia e exultai, porque ______________” (Lc 6.22-23). Sim, o espaço foi preenchido com as palavras “grande é o vosso galardão no céu”. Mas, como você chegou a esperar este galardão; como foi ele comprado para você por Cristo; que parte da natureza da fé se apropria deste galardão; qual o conteúdo deste galardão e como você mantém confiança diária na garantia do galardão — tudo isso é doutrina. Sem ela, não pularemos de alegria por muito tempo. E, com certeza, não na cadeia.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Zelo pelo Bem é Louvado ou Perseguido?


por John Piper

Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo.

Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom?

Os crentes devem ser “zelosos do que é bom”. Você pode fazer alguma coisa boa por alguém? Pode ajudá-lo? Pode mudar alguma coisa ruim e torná-la boa? Então, faça-o — e faça-o com zelo!

Você será prejudicado? Não, em última instância. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31) “O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem? (Hb 13.6) “Não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer... Não se vendem cinco pardais por dois asses? Entretanto, nenhum deles está em esquecimento diante de Deus. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais! Bem mais valeis do que muitos pardais” (Lc 12.4, 6-7).

Verso 14a: “Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois.

Sim, haverá oposição, se você for zeloso do que é bom e justo, mas nunca esqueça a bem-aventurança: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.10).

Versos 14b-15a:“Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, santificai a Cristo, como Senhor.

Você reverencia aquilo que teme. Por isso, acovardar-se em temor diante dos homens é o oposto de prostrar-se diante do Senhor da glória.

Versos 15b-16a: “Estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor.

Por que eles perguntam sobre a nossa esperança? Porque a fome de felicidade no coração humano é tão intensa, que a única explicação para a nossa prontidão em sofrer por causa da justiça tem de ser uma esperança. Foi exatamente isso que Jesus disse: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12). A esperança sustenta o zelo pelo bem, quando somos perseguidos. As pessoas sabem disso intuitivamente. Por isso, elas perguntam a respeito de nossa esperança.

Verso 16b: “Com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo.

Existe um espaço de tempo entre a ocasião em que uma boa atitude é praticada e o momento em que é reconhecida como boa por nossos oponentes. Primeiro, eles “difamam” nossa atitude. Então, mais tarde, eles ficam “envergonhados”. Quanto tempo depois? Talvez, somente no Juízo Final algumas pessoas verão as coisas como realmente são. Para alguns, este reconhecimento pode vir mais cedo. Pedro descreveu a mudança do injuriar para o glorificar a Deus: “Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12). Assim, por enquanto, eles nos difamam como malfeitores, porém, mais tarde, glorificarão a Deus pelas próprias boas obras que antes injuriavam. Isto pode significar que eles foram convertidos aqui, ou que foram compelidos a render glória no dia do Julgamento.

Não temos o direito de fazer a determinação final. Nosso dever consiste em falar com uma consciência pura e dar uma resposta amável e reverente.

Você tem zelo por uma causa digna? Existe alguma coisa boa pela qual você está sendo difamado? Ou a sua rotina é tão inofensiva neste mundo perverso, que se enquadra adequadamente com as coisas que estão se passando, e, por isso, ninguém lhe pergunta coisa alguma?